Seja na vida, no trabalho, no terreiro ou em qualquer outra área, o que faz a diferença é como nos posicionamos, e nosso comportamento define se somos atores ou espectadores.
Pertencer a uma corrente mediúnica é de pouca valia se você está presente em corpo, mas não em alma. Sem envolvimento, você será apenas um mero espectador, e nunca o ator que faz a magia da Umbanda acontecer.

Como ator, me refiro não no sentido de encenar, mas sim de agir e espectador quem apenas “assiste” ao que acontece, sem participar ativamente.
Estar num terreiro mecanicamente é como permanecer num casamento desgastado, mas não pôr um fim na estória porque é cômodo…
Se você escolhe ser espectador, pode ficar por anos num terreiro e não mudar nada, não aprender nada, repetindo automaticamente o que ouviu, fazendo o que lhe mandarem sem contestar ou raciocinar, enfim, sem se comprometer.

Crescer dói, mas se não houver transformação o velho ego sempre vai nos estacionar na nossa zona de conforto e nos prender a conceitos que nos afastam da nossa verdadeira origem.
Se você escolher ser ator, vai tomar as rédeas da sua própria evolução entre as mãos e decidir por si mesmo o que te faz bem ou mal, feliz ou triste, melhor ou pior.
O certo ou errado não serão mais definidos por gurus ou sacerdotes, mas pela sua própria consciência. Suas decisões serão tomadas pelas suas experiências, e não as dos outros.
Certamente há um preço a ser pago, mas alguém já disse que nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo…

Poucos se dão conta que a Umbanda é uma via evolutiva incrível e inspiradora…e que podemos nos renovar com alegria, canto e dança, incorporando dentro de nós as qualidades dos Sagrados Orixás.
Não importa o quanto erramos, os Orixás e guias estão sempre lá; e os atores e espectadores são tratados igualmente.
Talvez nosso pior defeito é esperarmos que as coisas mudem, sem mudar a nós mesmos…Não, passivamente não vai acontecer…no máximo ficaremos onde estamos, nunca além.

O ator decide pela fé raciocinada e vai estudar, não para conhecer a “verdade”, mas para compreender os mistérios revelados e encontrar o melhor caminho para se tornar melhor aos olhos do nosso Pai Celestial.

Não existem fórmulas prontas quando se fala de espiritualidade. Rituais e iniciações facilitam o processo, mas é o envolvimento pessoal que define o resultado.

O prazer de servir deve substituir a obrigação; a devoção deve substituir a crença; a simpatia deve dar lugar ao amor; a religiosidade morna deve ser consumida pelo fogo do espírito vivo e divino do nosso Pai Criador.

A peça da sua vida não pode ser vivida por outra pessoa. Você é o escritor, o diretor e o ator. Terceirizar isso é assistir sua vida passar, como quem assiste a um filme e torcer por um final feliz.
Não há final feliz sem luta, comprometimento, sem pôr a mão na massa. Na vida e na espiritualidade não há suplentes, e cedo ou tarde teremos que nos encarar frente a frente, com nossa própria consciência.

Você pode fingir que não escolheu essa peça ou que não pediu para encená-la; mas a verdade é que sua peça, com todos os seus atos, foi feita especialmente para você, e somente você, e mais ninguém, é o ator principal…

Aproveite, você tem milhares de espíritos te assistindo, torcendo para que você seja vencedor no final, e tem muitos a te amparar nessa jornada chamada vida.

Não seja omisso, morno, inerte, pois enquanto você não atuar na própria estória, terá que voltar e voltar, até fazer isso direito.

Você já está aqui, o palco está pronto, porque não?

Axé!

Terreiro de Umbanda
Pai Oxóssi, Caboclo 7 Flechas
e Mestre Zé Pilintra
Críticas e sugestões:
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Fone: (011) 96375-7587