Já se perguntou como o conhecimento pode ser libertador para a humanidade? Cada prática ritualística tem suas próprias características, e é baseada em pessoas, seus conhecimentos e convicções.
Por fundamento, podemos entender a base de onde se ergue uma tradição, que é copiada, reproduzida, uma, duas, dezenas e centenas de vezes até se consolidar como prática habitual, aceita, funcional, eficaz e com poder realizador comprovado.
Então, antes de afirmar que algo é fundamento, deve-se levar em consideração o quê essa prática gerou de base para que outras pessoas a seguissem, copiassem e praticassem estritamente sem modificações.
Em termos coloquiais, ou seja, no modo de dizer, afirmar que – Ah, isso é fundamento da minha casa! Seria mais interessante afirmar: Isso é uma prática minha, própria da minha casa e dos que seguem essa doutrina.
Mas afinal o que é correto pra um, pode não ser para o outro. E digo mais:
Não há nada mais errado do que afirmar que o outro está errado!
Nós nunca afirmamos sermos os donos da razão, em momento nenhum nas últimas duas décadas de trabalho com as ervas, seja em matérias escritas nos veículos de informação que tive a oportunidade de colaborar, seja nas páginas, blogs e redes sociais.
Sempre que oferecemos uma forma de trabalhar com as ervas foi como sugestão, para quem entende que é livre e pode com essa liberdade aproveitar a experiência que outros já tiveram a oportunidade de comprovar a eficácia.
O conhecimento é libertador!
Um dos objetivos desse trabalho é nos libertar de mitos e dogmas sem fundamento, que só servem para nos acorrentar à práticas que não se explicam com clareza. Isso serve para todos nós, calejados pelo tempo, e também principalmente para as pessoas que estão buscando conhecimento sobre as religiões naturais e práticas ritualísticas no começo de suas caminhadas.
Estamos cercados de profundos conhecedores da superfície das coisas, que por necessidade de dominar aqueles que se colocam no seu caminho, criam e adaptam procedimentos mal compreendidos como ferramenta para manter seu pseudo poder.
Aqueles que trazem conhecimento de base fundamentada, explicada e coerente, com certeza não se incomodam com essas palavras, pois estão seguros do que fazem, afirmam suas convicções com a leveza da sabedoria. Diferente de quem precisa desqualificar o trabalho alheio para se manter vivo.
Você nunca verá um guia espiritual, um Caboclo, Preto Velho, Exu, enfim, dizer que outro está errado, exceto se o que o outro recomenda, fugir do bom senso e colocar em risco a saúde e integridade da pessoa.
Mas infelizmente verá muitos “médiuns” se colocando e colocando seu próprio entendimento e convicções na boca do guia espiritual como forma de justificar suas escolhas. Verá o ego exacerbado ser colocado em palavras mundanas onde deveria haver somente o sagrado.
Verá infelizes copiadores do conhecimento alheio que cheios de orgulho e vaidade, modificam palavras e afirmam que receberam isso dos seus únicos e poderosos mentores.
Esses são vistos com pena pelo plano espiritual, pois não aprenderam nada com seus guias, que se manifestam trazendo seus nomes simbólicos, seu arquétipo, sua presença, a partir das manifestações primárias, e não precisam criar nada de novo pra serem quem são.
Eles sabem e nos ensinam que é mais fácil aprender o que outros já aprenderam, desde que tenha ressonância com a eficácia. Nada de tentar reinventar a roda e fazê-la quadrada.
Por isso, aprender com essa leveza é importante. Oferecer à espiritualidade um bom filtro de conhecimentos, habilidades e atitudes para que a fluidez seja íntegra é vital.
Ler e compreender o que está sendo dito em palavras. Ouvir e entender o que está sendo oferecido. Somente solo fértil germina boas sementes.
Como diria Castanheda: “Há um coração nesse caminho?”
Vamos questionar com coerência, nos livrar dos achismos e melhorar a qualidade do que fazemos.
Avaliar os julgadores pelas suas realizações. Colocar cada coisa no seu devido lugar. Aprender com quem sabe de verdade e deixar os egoísta com seu séquito, afinal, os iguais se atraem.
Respeite a forma que sua casa trabalha, se não estiver feliz lá, procure outro lugar e não esqueça de agradecer o tempo que ali ficou. Não crie problemas pra quem está apenas fazendo seu trabalho simples, talvez você não saiba o quanto esse pai ou mãe tiveram que percorrer pra chegar onde chegaram e oferecer o que oferecem.
Só não aceite que você não pode estudar, aprender e questionar com educação e respeito.
Desde que siga essas pequenas regras de civilidade e humanismo, pode ter certeza, a espiritualidade superior o colocará nos caminhos do conhecimento justo.
Na próxima edição vamos continuar essa matéria falando sobre a maior polêmica de todas: os banhos de ervas na cabeça!
Acompanhe nosso trabalho nas redes!
Gratidão imensa e sempre! Até a próxima!
Adriano Camargo – Erveiro da Jurema
Sacerdote de Umbanda, autor do livro Rituais com Ervas, banhos defumações e benzimentos.
adriano@ervasdajurema.com.br www.oerveiro.com.br
www.facebook\erveiro Instagram – @adrianoerveiro