O corona vírus é algo que a nossa geração jamais tinha visto, porém, previsível aos que estão conectados. Em reportagem de maio de 2019 alertava-se para o fato de que o meio ambiente estava sendo degradado numa velocidade sem precedentes na história da humanidade, e que cerca de 1 milhão de espécies de animais e vegetais estão ameaçadas de extinção nos próximos anos. Outra reportagem em 2019 chamava a atenção para o fato de que, num futuro próximo teremos uma crise mundial de água, que logicamente será transformada em mercadoria, cara por sinal, e acessível a poucos.

A maioria das pessoas segue alheia à estas informações, e outras tantas, como se simplesmente não fosse problemas delas…mas é sim, problema de todos nós.

Deus não é um velho barbado sentado numa nuvem nos julgando e condenando, mas existem leis que regulam o equilíbrio das nossas evoluções, e essas leis se auto aplicam, baseadas em nossos pensamentos e ações.

O coronavírus veio para nos lembrar de que as coisas que nos mantém vivos não têm preço e não podem ser compradas, e que todas elas são amorosamente doadas por Pai Olorum, o Senhor do Alto, nosso Criador.

Quando Noé estava construindo a arca, as pessoas zombavam dele; quando as águas engoliram tudo, imploraram por uma chance de entrar…pois bem, amigos/irmãos umbandistas, a arca está aberta.

Entrará nela aquele que se preocupar em mudar a si mesmo, que utilizar seu tempo na terra sem agredir a natureza e os seres humanos. Há uma lição a ser aprendida, e dependendo do resultado, a prova derradeira chegará.

Por tanto tempo o pranto da Mãe Terra foi ignorado pela maioria da humanidade; agora, choramos nós. Castigo? Não, consequência.

Esquecem que a Terra é um espírito vivo e divino, e nos mantém. Estamos ligados a ela como a gota está ligada ao oceano. Assim como uma gota é oceano, nós somos a Mãe Terra, e um dia para ela vamos voltar, disso temos certeza.

E você umbandista, de que lado está? Está confiante, usando seus dons para lutar lado a lado com os Orixás e suas entidades, ou brigando por papel higiênico?

Está fazendo a lição de casa, agradecendo a Pai Olorum pela oportunidade de melhorar, ou está escondido embaixo da cama?

Ou a humanidade acorda, seja o corona vírus ou outro dilúvio virão, mas provavelmente não de água. Vamos nos afogar na nossa própria arrogância, falta de amor e respeito a Deus, à natureza e à vida.

Só existe um caminho: conhecer as leis que regem nossas evoluções e viver de acordo com elas, através da expansão de consciência.

Se livrar de uma vez por todas de todos os dogmas, que servem apenas para nos separar e nos achar melhor que os outros.

Não existe minha família, meu futuro, minha religião. Somos um, e de um jeito ou de outro, o que acontece com um, atinge a todos.

Aproveitem esse evento para se olharem de frente, sem filtros. Pensar em quanto é bom estar numa gira, sentir a vibração, o cheiro de ervas, o som dos atabaques…e quantas vezes você faltou porque tinha coisa mais importante para fazer, ou participou da gira na base do tanto faz…

A Umbanda é nossa arca, nós sabemos o caminho. Mais do que nunca, é hora de os umbandistas mostrarem ao mundo que não há fórmula milagrosa para nos tirar da situação que nossa negligência com as coisas divinas nos colocou.

Agora, todo o bem que você fez em nome dos Sagrados Orixás advoga a seu favor. Agora, todas e vezes que você se curvou perante Deus e os

Orixás é o que te manterá em pé.

Está vindo à tona o que os guias sempre dizem: cada um dá o que tem! Enquanto muitos estão nos surpreendendo com lindas atitudes, outros tentam se aproveitar da situação.

Ainda há tempo, busque o seu melhor. Procure seu Orixá, seu guardião, suas entidades, eles continuam à sua espera. Saia desta lição renovado, disposto a ser o melhor ser humano que puder, aqui e agora, nesta vida, neste planeta.

Temos que cuidar do nosso planeta

Acendam suas velas, façam suas orações, não apenas para si mesmos, mas por toda a humanidade. Não de maneira mecânica, mas com sentimento, com palavras vindas do coração e com a certeza de que está nas nossas mãos a capacidade de mudar tudo e construir uma sociedade mais justa e solidária, onde a dor e a necessidade de um é a dor e a necessidade de todos.

A Terra não será destruída, ela sempre permanece, doando vida e amor incessantemente; passageiros somos nós…

Sigo orando para que a humanidade acorde, e perceba que existe um caminho alternativo à dor – o caminho do amor, e que as portas desta arca não se fechem, até que o último ser humano consiga entrar.

Não haverá luz no fim do túnel, se cada um não acender sua própria tocha, Axé!

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