Quanto mais me aprofundo no estudo dos Orixás, mais encantada eu fico.
O mar sempre exerceu um fascínio especial sobre mim. Uma mistura de mistério, encantamento, admiração, que me levam a pensar na grandiosidade de um ser que tem domínio sobre ele…esse ser é Mãe Iemanjá.
Imaginem o tamanho do poder dessa mãe. Imaginem sua regência sobre toda a vida marinha que preenche desde as profundezas toda a água salgada do planeta.
Ela é tão encantadora, que milhões de pessoas pulam as 7 ondas na passagem do ano, e entre elas estão inclusive opositores e intolerantes, que não fazem ideia de onde vem essa prática.
Essa tradição começou por volta dos anos 70, e veio do Candomblé. Naquela época, os praticantes da religião tinham o costume de comemorar a virada de ano na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, usando branco para representar a paz e purificação, enquanto jogavam flores para Iemanjá.
As pessoas começaram a copiá-lo e virou tradição. Engraçado que muitos dos que são avessos às religiões afro-brasileiras estão lá, comemorando a chegada do ano-novo, repetindo seu ritual…
Mas não pensem que alguém deixa de ser limpo e abençoado por suas águas, pois o Axé dos Orixás é pra todos, independentemente da sua religião.
Se você, umbandista ou não, tiver a oportunidade de estar próximo ao mar na virada do ano, faça uma prece. Peça à Mãe da Geração que gere em sua vida tudo o que você precisa para ser uma pessoa melhor.
Peça que o Axé divino existente em suas águas salinas purifique não apenas seu corpo físico, mas também seus corpos sutis.
Peça que lave toda dor, dúvida, mágoa, incerteza, doenças físicas e emocionais, e gere fé, certeza, amor e cura.
Não importa em qual vertente religiosa você acredita. Ela é Mãe. Ela é amor.
Iemanjá acolhe, abraça, cura.
Houve um tempo em que onde hoje é terra era mar. E a água cobriu todos os segredos do que um dia fomos.
Esses segredos estão tão bem guardados, que o homem conhece mais o solo lunar do que o fundo do mar.
Formado por 2 terços de água, não por acaso a Terra é denominada “o planeta água”.
Também nós, seres humanos, somos constituídos de 75% de água.
Água é sinônimo de vida. Impensável sobreviver sem ela.
Para se relacionar com Iemanjá, e fazer seus pedidos: velas azuis-claras e brancas e rosas brancas, lembrando que se for à beira-mar a parafina restante deve ser recolhida, e o que se oferece são as pétalas, e não os talos e seus espinhos.
Ainda que, muitas vezes sem entender o porquê, pedir as bênçãos de Mãe Iemanjá para o novo ano que se inicia, não deixa de ser um ato de fé.
Como um novo ciclo, todos desejamos dias melhores, mas não podemos esquecer que temos que fazer nossa parte para que eles realmente aconteçam.
Que Mãe Iemanjá gere nos corações e mentes dos homens toda a compreensão e fé necessários para que criem tudo o que ousam sonhar, Axé!