Houve um tempo em que a humanidade se relacionava com o Criador através do culto à natureza, de forma simples. Naquele tempo, ninguém precisava de intermediários para acessar as divindades, e quando alguém ia a algum ponto de força, sua divindade regente mostrava a ele.
Quando perdemos essa conexão com Ele, não sabemos…o que sabemos é que em algum momento os sacerdotes passaram a ser elitizados sendo os únicos aptos a intermediar essa comunicação…e essa farsa passou a ser aceita por quase todos como verdade…
Existe uma coisa chamada zona de conforto, e sair dela requer muita coragem…
Se as pessoas parassem pra pensar, ao invés de seguir cegamente aos outros, teriam que mudar muitas coisas em suas vidas, e isso assusta.
Nossa capacidade de criar nossa própria realidade, por exemplo, é um fato que a esmagadora maioria resiste em aceitar… Como pôr a culpa de todos os nossos problemas nos outros, se entendermos isso?
O que fazer se entendermos que rezar alguns pais-nossos ou Ave-Marias não vão nos livrar de prestar contas perante a Lei Divina?
Que atitude tomar se nos disserem que uma vida inteira de dízimos pagos não garantirá nosso lugar no céu?
Ou, se nos dissessem que vestir branco e participar das giras não basta pra sermos reconhecidos pelas divindades como verdadeiros umbandistas?
Em que acreditar se todo nosso sistema de crenças fosse por água abaixo diante da simplicidade das leis harmônicas, perfeitas e imutáveis que regem toda a Criação?
Uma dessas leis diz que atraímos exatamente o que vibramos. Por isso, o ensinamento do Mestre Jesus: não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a você…porque tudo o que vai, volta…simples assim…
Sair da zona de conforto significa compreender que não há injustiça nas leis divinas, assim como não há inocentes entre nós. Como espíritos vivendo uma experiência na carne, viemos onde deveríamos vir, na família que escolhemos e nas condições que aceitamos antes de vir, e insistir em não tomar conhecimento disso não muda nada…
Sair da zona de conforto implica em admitir nossos próprios erros, ao invés de tentar consertar os outros…
Nunca vou me esquecer da frase que ouvi na primeira vez que entrei num centro espírita:
– Pare de tentar engessar o pé dos outros… o seu é que está quebrado…
Sair da zona de conforto é entender que nosso pensamento tem poder de criar, o que significa que criamos o tempo todo; e a qualidade do que pensamos determina, entre outras coisas, o tipo de energias que enviamos ao universo, que cedo ou tarde nos devolverá, tal qual um espelho reflete exatamente nossa imagem.
Não há nada no mundo mais acessível aos seres humanos do que Deus. Como Criador, Ele está em tudo, mas os que lucram com a ignorância da humanidade faz de tudo para que as pessoas não se lembrem disso. Acreditando nisso, as pessoas escolhem abismos que os separam D’Ele, ao invés de pontes que os aproximam.
O pensamento cria essas pontes. Cada pessoa deve experienciar sua própria relação com Deus. Cada um deve vê-Lo e senti-Lo conforme suas próprias convicções e vivências, e não as dos outros.
Um exemplo: Judas foi, entre milhares, um dos escolhidos por Jesus como apóstolo…até hoje, mais de 2000 anos depois, é lembrado como traidor. Não bastasse isso, é “malhado” exatamente pelos que se dizem seguidores de Jesus, que se não me falha a memória disse que atirasse a primeira pedra aquele que não tivesse pecado…
Raros são os que param pra raciocinar e se perguntam: – se Judas não teria sido aquele que amou o Mestre a ponto de ser o único que teve a coragem de fazer o que tinha que ser feito?
Pensar isso é uma viagem? -Talvez, mas pensar diferente de todo mundo já é um grande passo pra encontrar o próprio caminho…
Ainda que fosse um traidor, não teria ele uma chance de ter se redimido, depois de passado tanto tempo? No entanto continuam a enviar a Judas energias de ódio, ano após ano, os “cristãos”…simplesmente porque todo mundo o faz…
Pensar dá trabalho, mas deixar os outros pensarem por nós, mais que perda de tempo, é perda de vida, pense nisso, Axé!
Por Mãe Valéria Siqueira
Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi,
Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra
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